Lembrei da novela de 1987, Sassaricando, em que havia um núcleo de personagens árabes - muito antes de O Clone. Os personagens principais desse núcleo eram Fedora (Cristina Pereira) e Leozinho (Diogo Vilela) um casal formado por uma dominadora e mimada filha do dono das indústrias Abdalla de tecidos e seu marido, que na verdade vive um drama: casa-se com ela por dinheiro (e tenta matá-la pra ficar rico), mas se apaixona pela megera e tenta domá-la.
Muitas das cenas engraçadas da trama tem os dois como principais - tirando Tancinha (vivida por Cláudia Raia impagável quando ficava "divididinha que nem uma laranja" e não queria que ninguém enchesse seus "pacová" para que ela escolhesse entre Beto (Marcos Frota) e Apolo (Alexandre Frota)).
A personagem Fedora se tornou um Ãcone, além de Tancinha, e como a personagem era uma descendente de árabes, na trilha sonora, colocaram Dissidenten - uma banda alemã que sempre trabalhou com sons influenciados pela música árabe, africana e indiana e que recebeu do NY Times o tÃtulo de "banda principal do movimento World Beat" - com a música Fatamorgana:
Pesquisando a biografia do Dissidenten descobri que o sucesso de Fatamorgana foi tão estrondoso que até participaram do famoso programa de rádio da BBC, o John Peel Sessions.
Sucesso pelo mundo a fora, com a música numa novela da Globo e claro, todo mundo se perguntava: o que será que diz a letra? É em árabe? E o que tinha de mulher aprendendo a dançar a dança do ventre com essa música na época. Pois é, foi uma coqueluche!
E aà pegando carona no sucesso, resolveram fazer uma versão em português com um PORTUGUÊS!
Aos poucos, começou a se apresentar em pequenos lugares cantando fados famosos, principalmente os de Amália Rodrigues. Em 1971 conquista o sucesso cantando músicas tradicionais portuguesas. O seu maior hit foi Arrebita e passou boa parte dos anos de 1970 e 80 fazendo sucesso pelo Brasil, tanto que se tornou uma espécie de embaixador da cultura portuguesa na terra brasilis.
No final da década de 1980, já sem o mesmo sucesso de outrora resolveu embarcar nessa "barca" da World Music / World Beat cantando justamente uma versão da música Fatamorgana.
A adaptação para o português ficou a cargo da compositora, companheira e esposa de Roberto, Márcia Lúcia. Lançado no disco A Fada dos Meus Fados de 1988, décimo sexto álbum do cantor, a Fatamorgana portuguesa fez sucesso tal qual a original, levando inclusive o cantor aos programas Cassino do Chacrinha e Bolinha para divulga-la.
Achei o video original no YouTube. Nele, Roberto aparece como uma espécie de agente do tipo personagem de Humphrey Bogart em busca de uma mulher misteriosa. Mas mais misterioso que esse clipe é saber o que levou Roberto Leal a gravar essa versão de um grupo alemão que fazia um som com influências de músicas árabes e eletrônica. Fato é que Fatamorgana com Roberto Leal foi um sucesso naquela virada de década e se tornou um dos maiores sucessos deste artista português tão querido pelo povo brasileiro.
Passaaaaaaaaaaada com a lembrança dessa música! EU só conhecia a do Robertão mesmo. :)
ResponderExcluirahahahah eu fazendo as lembranças mais toscas aparecerem rsrs
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ResponderExcluirdigno de trash, né? rs
ResponderExcluirCredo, eu lembro disso! Nenhuma delas é boa, hehehe.
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