Melhores Covers de 2018 - Top 50 Covers Internacionais - Parte 3


Top 30 Covers Internacionais - posições 15 a 1
Por Persiolino

Dando continuidade, temos as 15 melhores covers do nosso Top 30. Uma seleção que tem as mulheres como grandes destaques. Uma seleção que traz versões de clássicos do blues, tributos emocionantes a Aretha Franklin e Dolores O'Rioradan, e também a fusão improvável de diversos estilos musicais.

Desta forma, completamos nossa de lista de 50 Melhores Covers de 2018. Convido todos para conferir as 20 covers selecionadas pela Menina Enciclopédia, bem como dar uma passadinha na primeira parte do nosso Top 30. E não deixe de ver também o Top 6 Covers feito por Corais.

Desejo novamente um ótimo 2019 a todos!


15 – That’s All – Brittany Howard, Felicia Collins e outros artistas (original: Sister Rosetta Tharpe)
Essa cover foi apresentada na cerimônia em que feita a entrada da pioneira do blues Sister Rosetta Tharpe para o Hall da Fama do Rock. Na versão, um time talentosíssimo que contou inclusive com a sempre afinada Brittany Howard, vocalista do Alabama Shakes. A escolha de Brittany para homenagear Sister Rosetta Tharpe foi realmente acertada!

14 – (You Make Me Feel Like) A Natural Woman – Arianna Grande (original: Aretha Franklin / Carole King)
Esta canção, juntamente com Respect, faziam parte da marca registrada da saudosa Aretha Franklin. Regravá-la justamente na semana de falecimento de Aretha, além de ser uma bonita homenagem, também traz uma grande responsabilidade. E nestes dois quesitos, homenagem e responsabilidade, Arianna Grande conseguiu passar com louvor nesta belíssima interpretação que foi ao ar no programa Tonight Show do Jimmy Fallon.

13 – Things Have Changed – Bettye LaVette (original: Bob Dylan)
A ótima interprete Bettye LaVette reconfirma sua qualidade vocal ao apresentar um novo disco chamado Things Have Changed contendo 12 faixas de músicas do laureado Bob Dylan. Ela que já tinha feito discos reinterpretando clássicos do rock britânico e do blues, agora veio nos presentear com este trabalho onde podemos destacar a faixa homônima em relação do nome do disco, numa versão mais palatável e modernosa para esta música feita por Dylan em 2000 para o filme Gatoros Incríveis (Wonder Boys).

12 – Heartbreaker – Nick Lowe (original: Bee Gees)
Sucesso dos Bee Gees cantado por Nick Lowe no EP recentemente lançado Tokyo Bay/Crying Inside. Este EP também contém a cover de Travellin’ Light do cantor Cliff Richard. Lowe, em entrevista para a Billboard se declarou ser um grande fã dos Bee Gees e disse “que Heartbreaker é uma daquelas canções dos Bee Gees cheias de emoção e de alma”. O mesmo podemos dizer da interpretação de Lowe: cheia de emoção e alma.

11 – Love Is Stronger Than Pride – Amber Mark (original: Sade Adu)
Amber Mark é uma jovem artista de 24 anos apenas que despontou para o mundo do R&B norte-americano nos últimos 3 anos. Seu último trabalho, o EP Conexão, traz sua delicada e, ao mesmo tempo, poderosa voz em faixas que misturam o R&B com leves pitadas de bossa nova. Aliás, Amber, nascida no Tennessee, é filha pai Jamaicano e mãe Alemã. Sua infância foi marcada por diversas mudanças de moradia; viveu na Alemanha, Índia, Nepal e até no nosso Brasil. Daí sua admiração por bossa nova e por João Gilberto – o que também justifica o título dado ao seu último EP. Seu talento vocal sempre leva a comparações inevitáveis com Sade Adu. A própria Sade aprovou esta cover. E claro, nós também!

10 – Steppin’ Razor – The Kills (original: Joe Higgs)
O duo The Kills transformou o reggae Steppin’ Razor, originalmente uma composição de Joe Higgs (e não de Peter Tosh) num rock de respeito, com uma guitarra bem calcada em efeitos sonoros dos pedais. Como fato curioso, Steppin’ Razor é um gíria do inglês jamaicano para uma pessoa perigosa, uma pessoa que gosta de brigar, que está sempre prestes em ir para o enfrentamento corporal.

9 – Waterfalls – Meshell Ndegeocello (original: TLC)
A cantora norte-americana Michelle Lynn Johnson, conhecida como Meshell Ndegeocello, é baixista, rapper e compositora. Neste ano de 2018, seu disco intitulado Ventriloquism recebeu ótimas críticas da mídia especializada e contém covers magnificas de músicas lançadas entre as décadas 1980 e 1990. Entre elas, poderíamos destacar a cover de Private Dance de Tina Turner e Sometimes It Snows In April do saudoso Prince. Mas com certeza, a cover de Waterfalls é a melhor faixa do trabalho e apresenta um lado mais acústico até então desapercebido na versão original bem R&B / soul music do grupo TLC.   

8 – Kiss It Better / Wuthering Heights – Christine And The Queens (original: Rihanna / Kate Bush)
Nascida em Nantes, a francesa residente em Londres Héloïse Letissier mais conhecida atualmente como Christine And The Queens foi considerada em 2016 pela revista Time com uma das líderes mais influentes desta nova geração. A parte deste reconhecimento, sua veia musical surpreende pela altíssima qualidade de seu pop dançante. Prova disto é que seu último álbum Chris foi considerado pelo The Guardian como o melhor disco de 2018. Mas não vamos tecer aqui mais elogios ao seu disco, até mesmo porque o foco é sua cover de Kiss It Better da Rihanna – que traz pitadas de Wuthering Heights de Kate Bush. Sem sombra de dúvidas é um dos melhores “mashups” desta década. A junção destas duas músicas deu tão certo quanto arroz com feijão ou queijo com goiabada. E, de quebra, Christine conseguiu retirar o tom pesado de Kiss It Better, dando mais leveza e provocando uma vontade imensa de sair remexendo o esqueleto.

7 – A Little More Love – Juliana Hatfield (original: Olivia Newton John)
“Fanzona” declarada de Olivia Newton-John, Juliana Hatfield caprichou no tributo, reavivando os principais hits da cantora e atriz australiana, mas mantendo praticamente intactas as melodias e harmonias originais. A cover de A Little More Love segue o mesmo padrão de qualidade de 1978, mas tem uma guitarrinha mais puxada aqui e acolá dando o tom 2018 para a versão. Confesso que eu já havia me esquecido de alguns sucessos da Olivia Newton-John e confesso também que tinha até um certo preconceito. Mas percebi o quanto estava errado. Newton-John é uma excelente artista e marcou toda uma geração. Certamente, Juliana Hatfield fez um grande trabalho e o seu álbum Juliana Hatfield Sings Olivia Newton-John é um dos melhores tributos de 2018.

6 – Once In A Lifetime – Angélique Kidjo (original: Talking Heads)
A multi-artista e embaixadora da UNICEF desde 2002, a beninense Angélique Kidjo já gravou mais de 12 discos em sua carreira e já fez covers inesquecíveis como a música Gimme Shelter dos Rollings Stones em parceria com a legendária cantora Dianne Reeves. Mas dessa vez, ela não se contentou apenas com uma cover; ela reinventou integralmente o clássico disco Remain In Light dos Talking Heads, incorporando diversos ritmos africanos ao rock-criativo-world music-avant garde dos Heads. Destaque para a versão de Once In A Lifetime, principal hit de Remain In Light, se encaixou perfeitamente nesta ousada proposição.

5 – Young Dumb & Broke – Elton John (original: Khalid)
Elton John e Bernie Taupin foram grandemente homenageados em 2018 com os projetos Revamp e Restoration, que comemorou os 50 anos de parceria musical da dupla. O primeiro, Revamp, trouxe a luz versões de hits de Elton John mais puxadas para o rock feitos por artistas como Coldplay e Florence And The Machine. Já o segundo, Restoration, curado por Taupin, trouxe covers em estilo o country music, como por exemplo a versão de Sad Song (Say So Much) feita pelo cantor Dierks Bentley, destacado pela Menina Enciclopédia em sua listinha. Mas, Elton talvez não tenha se contentado em receber homenagens, e mostrando estar antenado as músicas dos dias atuais, ele gravou para a série Spotify Singles uma cover do hit Young Dumb & Broke do norte-americano Khalid. Em entrevista para Rolling Stone, o Rocket Man justificou sua escolha dizendo “que descobriu a música de Khalid há pouco tempo e desde de então virou fã”. E de fato, a improvável mistura do piano inconfundível do fã Elton com o R&B hip-hop do Khalid produziu uma das melhores covers de 2018.

4 – Love Will Tear Us Apart – The Hot 8 Brass Band (original: Joy Division)
Não é exagero dizer que o The Hot 8 Brass Band reinventou o post-punk em 2018. Este octeto de Nova Orleans produziu a mais brilhante de todas as covers já produzidas para Love Will Tear Us Apart, clássico de 1980 do Joy Division. Dúvido que Ian Curtis ficaria melancólico ou depressivo ao ouvir sua própria música sendo tocada numa levada funk/hip-hop, com uma linha de baixo dançante e explosões de metais, trompete e tumba, que nos rementem a ritmos latinos.

3 – The Unforgiven – Alborosie feat. Raging Fyah (original: Metallica)
Se o The Hot 8 Brass Band reinventou o post-punk, também não seria muito exagero dizer que o cantor italiano Alborosie, um dos principais nomes do reggae italiano, reinvetou o heavy metal em 2018. Ou melhor, levou o rock pesado a um outro patamar (talvez, um patamar mais próximo de Jah). A princípio os mais xiitas podem achar uma blasfêmia ou coisa parecida. Mas não é não. Esta ousada mistura deu muito certo - e não estragou este clássico do rock pesado. Alborosie, juntamente com o grupo jamaicano Raging Fyah, acendeu um cigarrinho dos bons, incorporou os espíritos de Bob Marley, Peter Tosh e Joe Higgs na sombria e pesada melodia do Metallica, produzindo de quebra o som perfeito para um headbanger rasta.

2 – When You’re Gone – Vários artistas de Limerick, Irlanda (original: The Cranberries)
Dolores O’Riordan nos deixou em Janeiro de 2018 e logo vários tributos vieram. Mas como fã, senti que faltou uma homenagem mais significativa dado a grande perda. A maioria dos artistas fizeram covers de Zombie, mas nenhuma delas me chamaram a atenção ou tinha a qualidade que um fã espera de um tributo para os seus ídolos. Foi necessário tempo para que um grupo de vários artistas da cidade de Limerick, cidade natal de Dolores, pudessem se reunir e fazer a mais bonita versão de When You’re Gone, uma canção muito significativa e emocionante para relembrar a vocalista dos Cranberries. Talvez não seja a mais criativa ou melhor produzida cover de 2018, mas com certeza é a mais singela e bonita homenagem feita para a Dolores.

1 – Beds Are Burning – Patti Smith (original: Midnight Oil)
Aos 72 anos de idade, Patti Smith dá show e tem mais energia que muitos artistas com menos idade do que ela. A poetisa do punk rock ganhou em 2012 um prêmio literário. Em 2015, aos 68, subiu ao palco maior festival do mundo, o Glastonbury. Em 2017 este ativamente ligada as ações do grupo Pathway To Paris, procurando dar soluções para os problemas ligados as mudanças climáticas no mundo, além de escrever Devotion, seu último trabalho literário. Patti Smith é energia pura, donde emana um lirismo engajado e interminável. Prova disto podemos observar em sua cover para o clássico Beds Are Burning do Midnight Oil apresentada durante sua turnê europeia em 2018. A música de protesto lançada em 1987 que fala sobre devolver a terra para a comunidade aborígine Pintupi, conseguiu ganhar um novo significado com esta cover de Patti Smith, onde ela recita um poema que nos alerta para a a destruição das barreiras de corais e para poluição tóxica que estamos deixando para as próximas gerações. Um verdadeiro “tapa na cara da sociedade” por meio de uma cover. Que em 2019 mudemos nossas atitudes e tenhamos futuro melhor. Viva Patti Smith!

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