0308 - Dancing In The Moonlight - Toploader [1999]

Música não é remédio. Não é vendida em farmácia e muito menos é receitada por médicos. Mas quem nunca usufruiu da música para curar dor de cotovelo. Nestes momentos, nada de Portishead ou Joy Division; o efeito colateral de Love Will Tear Us Apart ou Only You em situações terminais pode ser devastador ao paciente. Penso também que é preciso ser algo alegre e divertido; mas sem esses fármacos tóxicos com "Tchê-tchêrêrêrê-tchê-tchê" ou "Lelele".

No ano passado, tentando curar minha própria dor de cotovelo, acabei-me automedicando com uma canção de um CD quase esquecido na minha coleção: Dancing In The Moonlight da banda britânica Toploader. Lendo o encarte, percebi que o autor de Dancing In The Moonlight divergia das demais músicas do álbum. Enquanto outras eram creditadas a Joseph Washbourne (compositor, tecladista e vocalista do Toploader), Dancing In The Moonlight indicava Sherman Kelly como sendo o compositor. Este fato aguçou minha suspeita de estar se “medicando” com um cover.

Foi recorrendo ao Google que comprovei minha suspeita. A primeiríssima gravação não era mesmo a do Toploader e sim da banda norte-americana Boffalongo – onde Sherman Kelly atuava como vocalista e tecladista. Apesar disto, Dancing In The Moonlight só se comprovou ser uma sucesso eficaz quando o King Harvest, banda em que o irmão de Sherman, Wells Kelly, atuou como baterista, fez sua própria versão da canção em 1972, alcançando o 13º lugar da Billboard Hot 100 nos EUA.


Presente no disco de estreia intitulado Onka's Big Moka de 1999, o cover do Toploader também comprovou ser eficaz para o grande público, chegando ao topo do UK Single Chart em 2000 e sendo incluída em diversas trilhas sonoras de filmes e comerciais de TV.

Comparando musicalmente as versões, a do Toploader possui os princípios ativos “ritmo dançante” e “leveza nos vocais” em maiores concentrações do que na versão original do Boffalongo. Por essas indicações, a automedicação de Dancing In The Moonlight do Toploader serviu-me como uma espécie de antidepresssivo, proporcionando alegria e descontração, tão necessárias para eu seguir em frente, levantar a cabeça e livrar-se das dores de um relacionamento findado.


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